Nos últimos tempos, nos poucos tempos livres que tenho entre trabalho, estudo e afins, dediquei-me a leitura dessa obra tão impressionante e divertida de se ler. Sem dúvida, como todos nós sabemos, toda a literatura que envolve o universo do RPG, desde de sempre, está muito ligada a diversas obras e isso não é diferente para as obras de Tolkien.
Então pretendo, nessa postagem, elucidar alguns pontos interessantes que a obra me fez refletir não somente sobre a vida, mas também a própria forma como se dão diversos elementos do Rpg que muitas vezes não prestamos a atenção, mas espero destrinchar bem esses pensamentos e reflexões que tive com a leitura deste livro tão magnífico que recomendo que todos leiam, não somente para exercitar suas imaginações dentro da Terra Média: imaginando estruturas, paisagens e personagens descritas por Tolkien, mas também para refletir sobre diversas coisas presentes no mundo do Rpg.
O Escape do Conforto -
No início da Obra, somos apresentados a figura de Bilbo, um pequeno hobbit que, acostumado com a vida mansa em seu vilarejo, chamado Bolsão, desfrutava de uma vida tranquila e sem perigos até que um mago aparece, de repente, e faz um convite a uma incrível e perigosa aventura. Bilbo, antes relutante com a oferta de ouro e fama, de hora para outra, enche-se de uma enorme espírito aventureiro, aceitando o convite do mago.
Mas, afinal, por que o pequeno hobbit decidira sair de sua tranquilidade e conforto para ir a uma aventura tão incerta? Talvez, acredito eu, que nesse trecho, a ideia de sair do conforto é não somente um simples escape da vida monótona, mas também um esforço para mudar o ruma das coisas. Talvez, o conforto e a tranquilidade sejam boas por apenas um tempo, mas eles podem acabar nos aprisionando num ciclo interminável e monótono que no fim nos leve a infelicidade e descontentamento. Assim como Bilbo, acredito que devemos nos levar a caminhos diferentes constantemente, encarando novos desafios e deixando a curiosidade e temperança nos guiarem para novos a todo momento. Nas aventuras, acredito que esse deva ser o principal pilar que guie tanto o mestre quanto os jogadores numa jornada rica e divertida, expandindo as expectativas de todos.
Será o maior poder de uma dragão o fogo? -
Nesta edição, página 218, no último parágrafo, começa um verdadeira discussão entre o pequeno Bilbo e um enorme Dragão que, utilizando sua malícia incomum, faz não somente o hobbit duvidar sobre seu objetivos até aquele momento, como também o faz, por um momento, achar que talvez estivesse sendo enganado a todo momento por sua party. Com simples indagações e palpites, o ardiloso dragão quase consegue , por um breve momento, convencer o hobbit. Esse é o maior poder de um dragão.
Sem dúvida, com seu enorme tamanho e poder, um dragão é um ser que impõe respeito e terror a muitos dentro dos universos de Rpg, sendo muitas vezes representados por altivos portes que, frente a meros mortais, transmitem um poder sem igual. Mas pouco se diz sobre a malícia incomum dos dragões - no que se refere aos maus. O poder de mudar uma convicção ou uma vontade é algo assustador para qualquer um. Vencer um confronto apenas com palavras é tão poderoso quanto rasgar, morder ou soltar chamas abrasivas. Esse pequeno trecho da obra expõe que os dragões são seres muito mais profundos do que muitas vezes é exposto em mesas e mídias afins, talvez o poder de mudar uma motivação/convicção e com isso os objetivos de alguém seja o real poder de um dragão.
Minhas Considerações -
Considero esse livro magnífico em todas a extensão do sentido da palavra. Mesmo sendo um livro relativamente voltado ao público infantil, Tolkien passa através da narrativa, mensagens de convicção, boa vontade e humildade. Mostrando que mesmo um ser tão pequeno é capaz de grandes feitos e a grandes mudanças.
Dando a entender que devemos dar atenção as coisas simples e pequenas para então alcançar as grandes e complexas, seguindo o caminho da humildade, há mais de uma forma de alcançar o topo da montanha.